E,
levando os barcos para terra, deixaram tudo, e o seguiram. Lc 5:11
Muitas
pessoas que conhecemos vieram para a presença do Senhor em momentos
difíceis. Casamentos arruinados, enfermos, desempregados...Não
foi essa a condição da conversão de Pedro e seus companheiros.
Jesus
havia curado o ente “querido” de Pedro; sua sogra. Lançando-se
ao mar, Jesus fez com que Pedro e seus companheiros apanhassem uma
grande quantidade de pescado. Família com saúde, barcos cheios,
muitos peixes e Pedro larga tudo isso e vai seguir a Jesus.
Pedro
entendeu naquele momento que por melhor que fosse o barco da vida, um dia ele afunda.
Madeira por madeira, umas mais bonitas, outras de maior valor, mas
todos nós, barcos de madeira que somos, um dia vamos naufragar. É
inevitável.
Entendeu
também que o peixe que vem do mundo é perecível. Um dia acaba. No
seu caso, o peixe que estava no seu barco era oriundo de uma benção,
mas mesmo assim, o peixe desta vida é momentâneo. Amanhã, o
grande peixe que você tem hoje (dinheiro, fama, status, diplomas)
perece.
Pedro
então passa a seguir a Jesus e vai ter uma grande experiência logo
em seguida na multiplicação dos peixes. Mais de cinco mil homens
(fora mulheres e crianças) se alimentaram, peixes distribuídos a
todos e ainda sobejou. Aquele pescador certamente deve ter lembrado
de seu barco cheio de peixes mas que não era suficiente para
alimentar aquela multidão. Pensaria certamente que até aquele dia,
todos os seus peixes já estariam podres e nada serviria, mas o peixe
de Jesus estava bom e fresco.
Este
é o convite do Senhor. Abandonemos o velho barco e venhamos para uma
nova vida. Abandonemos o velho peixe e venhamos viver os peixes que o
Senhor vai multiplicar.
Por
fim, Jesus é crucificado. A bíblia registra que Pedro volta a
pescar. Sabem por quê? Porque apesar de ter deixado o barco para
trás, o barco ainda ficou lá, a espera de Pedro. Pedro sabia que se
o “projeto” de seguir a Jesus falhasse era só voltar que o
barco estaria esperando.
Eliseu
quando decidiu seguir a Elias matou os bois e quebrou / queimou seu
arado. Eliseu fez isso para não ter para onde voltar. Ele sabia que
nas dificuldades teria que continuar naquela caminhada, por isso
mesmo, o próprio Mestre disse que “quem pega no arado e olha para
trás não é digno de mim”.
Em
momentos de dificuldade, o homem tem sempre a tendência de retornar
para aquilo que lhe era cômodo. Um jeito de falar, vestir, um velho
costume e por ai vai...
Se
existe alguma coisa que ainda nos prende ao passado é momento de
fazer como Eliseu fez para não cometermos o mesmo erro de Pedro. É
momento de afundar o velho barco, de acabar com o velho peixe. A
caminhada é para frente, rumo a eternidade, porque este convite não
é humano, Ele é do Senhor.