domingo, 20 de novembro de 2016

Manifestações do Sagrado

A Bíblia não faz distinção entre religioso e secular, esse é um conceito moderno. Faz, entretanto, distinção entre santo e profano.
De uma maneira geral podemos entender “santo” como consagrado, estar separado, posto à parte (do mundo). O santo se coloca em oposição ao profano que, também de modo geral aplica-se ao que está fora do templo.
O par sagrado-profano é posto em relação ao par pureza-impureza e todo o povo de Deus é convocado à santidade, o que significa ser separado para Ele.
O povo da Bíblia não tem qualquer problema com esses conceitos, para eles o sagrado é o real e, por isso, eles convivem com essa realidade o tempo todo.
Abrão recebe um comando para sair do meio de sua parentela e obedece. O SENHOR fala com ele e não há espanto. O SENHOR e dois anjos aparecem para Abraão nos carvalhais de Manre, ele se prostra e os oferece hospitalidade. Jacó luta com o Anjo do Senhor e lhe diz: “só te deixarei ir se me abençoares”.
A mulher de Manoá, mãe de Sanção, se encontra com um anjo e não se espanta. Gideão recebe a saudação do Anjo e conversa com ele sem estranhar.
Jesus se depara com pessoas atormentadas por demônio o tempo todo.
Estando Pedro e outros apóstolos em prisão, apareceu-lhe um anjo do Senhor e abriu-lhe a porta do cárcere e eles saíram sem pensar duas vezes.
As pessoas da Bíblia não se espantam com o sagrado. Na verdade, elas vivem essa dimensão.
No século XIX, houve uma reviravolta na teologia surgindo a Teologia Liberal, com impacto principalmente entre os protestantes.
Com dificuldades para se posicionar em razão das críticas do Liberalismo, os teólogos tentaram retirar da religião todos os elementos metafísicos, reduzindo-a aos aspectos éticos. A essência do cristianismo, para eles era ser uma expressão moral humanitária.
Todos os esforços foram realizados para conciliar religião e razão, cristianismo e modernidade. O efeito de todo esse esforço liberal foi produzir em nós um ceticismo em relação às manifestações do sagrado.
Quando alguém diz que o “o SENHOR falou” ou o “ESPÍRITO SANTO me revelou” ou “tive um sonho” ou “visão”, imediatamente é posto em suspeição e passa ao descrédito: “a esse respeito de ouviremos outra hora” (Atos 17:32).
Nesse momento da história, escolhemos ignorar o sagrado atribuindo-lhe a categoria de mito ou superstição. Problemas espirituais são tratados com muita medicação e conversa e enquanto você vai lendo este texto (se não o abandonou na metade), eu vou sendo arrastado dentro de sua mente para alguma categoria como “fanático”, “supersticioso”, ”atrasado”, ”maluco”...
Cel QOR Cícero PMMG

2 comentários:

  1. Que maravilha!!!!!
    Desse modelo...
    Um cristianismo que quer APAGAR o SANTO, o SAGRADO, para que a IGUALDADE entre SANTO e PROFANO, não se diferencie.
    Muito bom!!!
    Vou postar no meu Blog.
    Um abraço na Paz do Senhor Jesus.

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  2. Você é parceira..rs..pode aproveitar quantas e quais mensagens que quiser. Será sempre um prazer ver a Palavra de Deus se difundir por outros meios e caminhos.

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